sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jean Piaget


Piaget defende uma posição interacionista: o sujeito é um elemento decisivo nas mudanças que ocorrem nas estruturas do conhecimento, da inteligência. Assim, o conhecimento depende da interação do sujeito com o meio.

Segundo Piaget, o desenvolvimento inteletual processa-se em quatro estádios, em que cada estádio decorre do precedente por um processo inegrativo: estádio sensoriomotor, estádio pré-operatório, estádio das operações concretas e estádio das operações formais.

Iremos abordar somente os dois primeiros estádios: o sensoriomotor, que está inteiramente relacionado com a primeira infância e o pré-operatório, pois está, também, um pouco relacionado com a mesma.

Estádio Sensoriomotor:  neste estádio, a inteligência é fundamentalmente sensorial (o bebé capta todas as informações através dos sentidos) e motora (exprime-se através de movimentos). É uma inteligência prática, em que não há linguagem nem a capacidade de representar mentalmente os objetos. É através de esquemas sensoriomotores que se adapta ao meio.
É neste estadio que surge a noção de permanência do objeto (a criança procura um objeto escondido porque tem a noção que o objeto continua a existir).

Estádio Pré-Operatório: a função simbólica, ou seja, a capacidade de representar mentalmente objetos ou acontecimentos que não ocorrem no presente, através de símbolos (palavras, gestos, objetos), é uma das mais importantes conquistas deste estádio.
A linguagem é uma das mais importantes manifestações desta função. A criança imita, representa um conjunto de ações (finge que dorme, que lê o jornal, etc.). Os objetos passam a representar o que a criança deseja.
Este estádio tem o nome de "pré-operatório"  devido ao fato de a criança já pensar mas ainda não ser capaz de fazer operações mentais. É um pensamento intuitivo.

O vídeo que se segue é sobre uma das experiências levadas a cabo por Piaget onde a criança responde a uma série de questões com base na aparência, ou seja, com os dados imediatos da perceção (por exemplo, depois de ter constatado que dois copos têm a mesma quantidade de líquido, se diante dela se verter o liquido de um recipiente para um mais alto e mais fino a criança responderá que este tem mais liquido).

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Uma outra característica deste estádio, que podemos observar no vídeo, é o egocentrismo, em que a centração impede a criança de compreender que, sobre a realidade, há outras perspetivas para além da sua. Domina uma visão unilateral e superficial do real.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

John Watson


Watson considera o seu objecto de estudo o comportamento ( behaviorismo ), cuja ideia central decorre da sua conceção do ser humano: uma página em branco inicial que o meio e a educação vão moldar.
Os comportamentos são , portanto , aprendizagens condicionadas pelo meio onde nos encontramos inseridos; o comportamento humano é produto de condicionamentos, ou seja, de associações de uma resposta (R) a um estímulo (E) ou um conjunto de estímulos (S - Situação). O ser humano reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos condicionados que adquiriu.

Watson leva a cabo uma experiência que tem por objetivo mostrar o modo como ocorre a aprendizagem, no caso do medo, através de um bebé de 11 meses conhecido como o pequeno Albert.


Apresentamos agora um excerto do video que demonstra esta experiência.


Tal como é referido no video acima, quando se lhe apresenta um rato branco o bebé brinca com o animal, entretanto os experimentadores fazem soar um ruído muito forte; passam a associar o aparecimento do rato com o som forte, o que provoca medo na criança, fazendo-a chorar. Ao ver só o rato, passou a chorar, mas também quando lhe apresentaram um coelho ou coisas felpudas. Concluiu que grande parte das respostas dos seres humanos são o resultado de aprendizagens condicionadas pelo meio.
O meio constrói o ser humano, daí a importância da educação.

"Dêem-me uma dúzia de crianças sadias, bem constituídas  e a espécie de mundo que preciso para as educar, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas ao acaso, prepará-la-ei para se tornar um especialista que eu seleccione: um médico, um comerciante, um advogado e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, aptidões, assim como da profissão e da raça dos seus ancestrais."
Watson, J., Behaviorism, Norton, 1925, p.82

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sigmund Freud


Freud considera três instâncias: o id, o ego e o superego. O id é a zona inconsciente, constituída por pulsões, instintos e desejos, que se rege pelo princípio do prazer. O ego é a zona consciente que se rege pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id podem ser realizados. O superego é a zona do psiquismo que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais.

Freud considera que o desenvolvimento da personalidade processa-se numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até à adolescência. Esses estádios são: estádio oral, estádio anal, estádio fálico, estádio de latência e estádio genital.

Apenas abordaremos sucintamente os estádios oral e anal uma vez que o nosso tema principal é a primeira infância (0 a 2 anos) que compreende estes dois estádios.

Estádio Oral: decorre desde o nascimento até cerca dos 12/18 meses, a zona erógena é a boca: o bebé obtém prazer ao mamar e ao levar objetos à boca.

Estádio Anal: decorre desde os 12/18 meses aos 2/3 anos, a zona erógena é a região anal: a criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes.

De seguida, temos um vídeo sobre a vida de Freud , no qual ele fala sobre estes estádios.


Concluindo, Freud propõe um novo conceito de ser humano, dominado desde o nascimento por pulsões, sobretudo de caráter sexual, vivendo conflitos intrapsiquícos que se manifestam no comportamento do nosso dia-a-dia, também reconhecendo a importância da vida afetiva, sobretudo na infância, no desenvolvimento cognitivo e social bem como na personalidade do indivíduo.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Importância do Desenvolvimento Infantil

"A aprendizagem começa na primeira infância, muito antes do início da eduacação formal, e continua pela vida fora. A aprendizagem inicial viabiliza a aprendizagem posterior e sucessos precoces criam sucessos posteriores, assim como insucessos iniciais resultam em insucessos futuros.

Intervenções de alta qualidade na primeira infância têm efeitos duradouros sobre a aprendizagem e a motivação"

James J. Heckman

terça-feira, 2 de abril de 2013

Entrevista


Entrevista a uma professora de natação

Na entrevista a uma professora de natação ( por respeito à professora preferimos manter o anonimato desta) que trabalha com crianças dos 0 aos 2 anos tentamos saber que métodos usa e como lida com estas crianças psicologicamente.




Alunas: Há quantos anos trabalha com crianças dos 0 aos 2 anos?
Professora: Trabalho há cerca de 8 anos com estas crianças.
A: Teve algum tipo de formação extra para trabalhar com estas crianças?
P: Sim, tive várias ações de formação.
A: Há alguma coisa com o seu método de trabalho que tenha mudado ao longo do tempo?
P: Sim, procurei que os pais e os meninos fossem mais disciplinados.
A: Como é que reagem à água e qual é o comportamento mais comum em relação à água?
P: Os meninos normalmente ficam impressionados com o tamanho da piscina, dizem que parece uma “banheira grande”, mas habituam-se. Depois, há de tudo, meninos que se habituam rapidamente e não demonstram muito medo e outros que demoram mais a habituar-se e têm mais medo da água.
A: O que pretende trabalhar a nível motor?
P: A nível motor pretendo essencialmente trabalhar a propulsão, ou seja, o batimento dos membros inferiores e o controlo da respiração.
A: Já trabalhou com crianças de outras idades?
P: Sim, neste momento trabalho com crianças dos 0 aos 2 anos e também de outras idades como por exemplo 10 a 12 anos e mais velhos.
A: Qual é a diferença entre o trabalho das crianças com 0 a 2 anos em relação às outras?
P: A principal diferença é a presença dos pais, mas também o fato de nestas idades se trabalhar fundamentalmente a adaptação ao meio aquático, enquanto que nas outras idades se trabalha essencialmente as técnicas de nado.
A: Como lida com elas a nível psicológico?
P: Quando começo um exercício novo, fazem comigo porque tenho mais competência, depois com os pais se ainda tiverem medo e por fim sozinhos. Brinco muito com eles, e prefiro que os meninos não me tratem por professora, mas pelo nome para criar uma maior intimidade e confiança com eles.
A: O que faz quando alguma criança não quer fazer alguma atividade ou exercício?
P: Se for uma atividade que eu sei que eles conseguem fazer insisto com eles, por outro lado se for uma atividade nova ou mais difícil e eles estiverem com medo, não insisto tanto e vou tentando gradualmente até eles perderem o medo.
A: Como é que acha que a natação pode ajudar as crianças futuramente?
P: Ajuda-as a não ter medo da água, a conseguir desenrascar-se no caso de acontecer alguma coisa e conseguem uma melhor coordenação motora, e acabam por ser um pouco mais autónomas.



Muito obrigada pela sua disponibilidade e por todo o esclarecimento que nos deu.